Fui na quarta-feira assistir ao filme Bicicletas em Pequim e quando o filme chegou ao final me senti extremamente irritada. Entendo o porque da irritação mas não é disso que quero falar nas linhas abaixo.
Não pretendo aqui contar o filme e sim apontar alguns fatos que me fizeram relembrar do passado, como relembrar da sensação de pedalar ao ar livro em uma bicicleta (como faz tempo que não sinto isso e como é bom), ou mesmo refeltir sobre alguns temas. A película retrata a vida de um rapaz do interior da china, recém chegado a Pequim, que arranja um emprego numa empresa de entregas rápidas com bicicletas. A empresa dava a bicicleta ao funcionáro, que teria de paga-lá com o suor do seu trabalho. Um dia antes da quitação de tal objeto, roubam a magrela do chineisinho e é aí que o filme realmente começa. Paralelamente ao caipirinha chinês, há a história de um outro adolescente, estudante, filho de pessoas simples. Seu sonho de consumo é uma bicicleta. Alías ela é um meio de tranposte importantíssmo na China e o contraste delas no meio dos carros é impactante. São muitas e cruzam por todos os lados e mãos. Algo bagunçado. Fiquei imaginando o caos que deve ser o trânsito da cidade.
Algumas reflexões sobre o filme:
*valorização de objetos conquistados com o próprio suor (no caso do filme a importância que a bicicleta tinha para o caipira);
*importância para um adolescente de possuir objetos iguais aos de seus amigos para que possa sentir-se membro da turma, imbutido nisso pode-se pensar na questão da competição. (por exemplo, minha bicicleta pode ser melhor que a sua);
*Revolta e indiganação, sensação de inferioridade, que pode resultar em problemas familiares, pq. vc é o mais pobre da turma e não pode ter as mesmas coisas que seus amigos;
*a questão da palavra. quando criança/adolescentes acreditamos nos adultos e esperamos que eles cumpram suas palavras, mas eles não as cumprem e assim nos ensinam desde cedo a não cumprirmos a nossa;
*os meninos necessitam da agressão física para resolver problemas;
*absurda e real a ingenuidade e submissão que os "caipiras" tem em relação aos moradores de metrópoles e como estes são prepotentes e arrogantes. (Talvez tenha sentido alguma semelhança no início de minha vida aqui em Sampa).
16.5.03
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