26.5.04

Vontade quase que incontrável de fazer tattoos. Todo dia tenho uma nova idéia. Digo incontrolável pq. a falta de verba é a única coisa que me limita e que me controla.
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E vêm chegando novidades da terra da pamonha. Hoje recebi a notícia que é bem provável que a casa que passei a maior parte da minha vida seja vendida. A venda é necessária. A casa está caindo aos pedaços e não temos dinheiro para reformá-la e minha mãe recebeu uma boa proposta.

Isso poderia ter acontecindo antes, mas nunca foi cogitado. Segundo minha mãe o comprador é que veio atrás dela. Espero que não seja mentira, pois se for ficaria muito puta da vida.

Me sinto estranha. Não moro na casa há 7 anos, mas ela ainda está presente na minha vida. Aliás boa parte da minha vida foi ali. Minhas raízes estão fincada naquele lugar.

Parte da minha história, da minha personalidade, foi formada naquele casarão, o mais velho da rua... Foi ali que que tive meu primeiro namorado, que perdi minha virgindade, que ouvi tantas das bandas que gosto hoje, que perdi meu pai, que fumei muita maconha, que tomei chá de cogumelo, que recebi muitos amigos e a galera do Agent Orange, que tive meu primeiro quarto, que recebi a notícia que havia passado no vestibular. Foi ali que praticamente quase tudo da minha vida aconteceu.

A foto acima é de Jerry Uelsmann. Achei perfeita para traduzir o que significa um pouco disso tudo!

17.5.04

A vida não é bela!



Fui esse final de semana assistir ao brilhante "Anti-herói Americano". Dispensa comentários. Não faço listas mas se tivesse uma de melhores filmes com certeza ele seria incluído.

Me identifiquei muito com o personagem, ou melhor, com Henry Pekar. A estética do filme mostra uma forma inovadora para biografias.

Acho que sou uma anti-heroína brasileira (sem o dom da criatividade) apenas com o lado arquivista do personagem.

Valeui apena sair no frio pra ver o filme. Fiquei me questionando como pude demorar tanto para vê-lo Como nunca li nenhum trabalho de Henry Pekar? Eu nem sei se seus quadrinhos são (ou foram) lançados no Brasil.

Como podem nos enganar tentando nos convencer que a vida é bela???

12.5.04



A guilhotina passou de novo por aqui. Meu pescoço mais uma vez foi poupado e mesmo assim (para mim) foi o mais doloroso de todos. Me sinto triste, sozinha, descontente. Não consegui e nem quis conter as lágrimas. Perdi uma grande companheira de trabalho, ou melhor, não almoçarei mais diariamente com uma grande amiga. Porque ela não era uma amiga de trabalho, ela era uma grande amiga. Uma das poucas, daquelas que a gente conta na mão.

É incrível como algumas pessoas ignoram ou sentem prazer com a desgraça alheia. Enquanto pessoas saíam de uma sala cabisbaixas, e com certeza, questionando com seus botões os critérios de tal escolha, outras saíam para almoço como se nada estivesse acontecendo. Nesses momentos nada cabe melhor do que o velho ditado: "Pimenta no cú dos outros é refresco"

O ser humano realmente é podre e eu nesses momentos vejo o quanto sou ingênua por acreditar na palavras de alguns deles. Quem é que pode falar de credibildiade de números quando suas palvras não tem mais credibilidade???

Ironicamente hoje fiquei para apagar a luz. Enquanto isso ouço gargalhjadas na sala ao lado, afinal o trabalho de hoje já foi (muito bem) feito e deve ter sido um alívio dos grandes!